sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

2013-Um ano para lembrar

Todas as coisas concorrem conjuntamente para o bem daqueles que amam a Deus!
É com essa certeza que tenho todos os motivos para agradecer a Deus pelo ano que se finda!
Muitas lutas!! Tantas que nem sei contar!
Muitas experiências para aprender e me alegrar. Em tudo Deus foi fiel e justo!
Eu poderia querer esquecer os dias em que estive muito doente. Mas é doce lembrar tanto carinho, tantas demonstrações de amor!
Foi lindo ver homens e mulheres sendo transformados em anjos para cuidar de mim! Quanta bondade de Deus!
Foi acalentador ver os filhos que tive a interceder e jejuar por mim!
Foi maravilhoso sentir o amor e o cuidado da minha família, meu porto seguro, aonde encontro colo e abrigo!
Foi de admirar a quantidade de amigos verdadeiros que comigo estiveram dia após dia, me sustentando em orações e preces, chorando a minha dor e se alegrando com a minha recuperação!
Foi incrível ver os anjos ao meu redor nos dias de grande luta, pelejando comigo e por mim!
Foi bom experimentar a depressão profunda, para em seguida, experimentar a ascensão à vida! Cheia de risos e alegrias!
Foi incrível me perceber capaz de abrir mão de sonhos, que, por um tempo considerável, foram a razão da minha existência, para, então, sonhar outros sonhos...
Foi delicioso saber que sou capaz de entrar e sair.... sem que os arranhões me tirassem a beleza da minha existência.
Foi emocionante me reconhecer poeta, a brincar com versos tão simples e tão meus!
2013!!! Houve dias em que te quis para trás, renegando as dores, decepções, frustrações que você me fez passar.
Hoje te quero aqui, na minha lembrança. Porque cada dor, cada decepção e cada frustração, veio seguida de consolo, deslumbramento e regozijo!!!Experiências que, certamente, eu não entenderia se não tivesse vivido o seu oposto.
2013- ano em que aprendi que para ser feliz basta amar... a vida, as pessoas, os bichos, as plantas, o céu, o mar, as estrelas, o canto, a dança, as cores, as palavras, os erros cometidos, os momentos... sim, os momentos, sejam quais forem, é preciso amá-los, acolhê-los, para deles tirarmos o melhor de nós!
Obrigada, Pai, pelo ano que se finda.... Obrigada por ter permitido que meu ano fosse exatamente como foi!
M.N.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O MEU Natal

Não tem um dia marcado em calendário
Não tem frutas secas ou frescas
Não tem troca de presentes
Nem amigos ocultos e revelados
As luzes não piscam no meu natal
Não há bolas coloridas penduradas em árvores
Nem uma mesa farta de guloseimas
A que chamamos Ceia
O MEU natal é o dia em que nasce em mim um novo sonho
São todos os frutos que produzo com meus atos
É o Presente, o Hoje, o Agora... Sem troca!
O MEU natal é feito de amigos conquistados
Amados e respeitados pelo que são
É a Luz que brilha incessantemente em mim
E não se apaga, nem por um segundo.
O MEU natal tem formas variadas
Todas as formas e cores que eu escolher
A árvore do meu natal é toda de livros
Das muitas histórias que li e vou ler
Os sabores da minha ceia não sei dizer
Todo prato é novo, o tempero é raro
Os sabores são tantos, puro prazer!
M.N.


sábado, 21 de dezembro de 2013

Meu silêncio - Foto: Eu

Nem todo o silêncio que há em mim
É ausência de dizeres
Meu silêncio tem mais palavras
Do que posso escrever
Silencio porque necessito
Mas meu silêncio não é calar
Quando calo, me consumo
Tenho raiva, perco o prumo
Quando silencio, me alimento
Tenho calma, tenho tento
Meu silêncio não diz tudo
Só o pouco que valer
Só não ouve quem é surdo
E aquele que  não me lê
Meu silêncio, de palavras está cheio
Não significa medo
Nem coragem de dizer
Meu silêncio é meu abrigo
Quem me entende é meu amigo
Se aquieta e vem comigo
Dos barulhos se esconder.
M.N.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Tenho pressa

Tenho pressa de que as coisas aconteçam
Tenho pressa de ser feliz
Tenho pressa de realizar sonhos
Tenho pressa de ter as coisas
Tenho pressa de estar perto das pessoas que amo
Tenho pressa de ser alguém
Tenho pressa de conquistar
Tenho pressa de chegar lá
Tenho pressa de atravessar a rua
Tenho pressa de cruzar o rio
Tenho pressa de subir a montanha
Tenho pressa de conhecer os lugares
Tenho pressa de experimentar os sabores
Tenho pressa de fazer
De acontecer...
Mas não sou dona do tempo
O tempo não está em minhas mãos
O tempo me diz: Tenha calma
Espera
Espera
Espera
Há um tempo para todas as coisas
Não será tarde ou cedo
Se souber esperar
O tempo me diz: Aquieta-te
Espera
Espera
Espera
A vida não é uma corrida contra o tempo
A vida é persistência
E a sua hora vai chegar
Então, me resta esperar....
M.N.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A espera

Espero por ti naquele lugar
Sem ânsia, sem medo
Sei que vais estar lá
Minha calma, minha espera
Naquele lugar
Hoje um banco vazio
Sem ninguém pra sentar
Espero-te agora
Sempre vou esperar...

M.N.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

São Pedro d'Aldeia, ainda ontem... Foto: Ricardo Aigner

Minha Terra tem barquinhos
Tem cheirinho de mar
Tem "lagoa" paradinha
E o horizonte pra avistar
Minha Terra tem um brilho
É um brilho singular
O céu azul fica laranja
E tem o Sol pra enfeitar
A lagoa tão serena
Canta a canção de ninar
E o barquinho se deita nela
Pra logo cedo acordar
É o Sol da minha Aldeia
Que vem a todos despertar
Pra labuta de cada dia
Um presente vem nos dar:
O fim de tarde na Aldeia
É paisagem pra admirar!
Obrigada, Deus do Céu
Por morar nesse lugar!
Ainda ontem era assim
E assim sempre será....
MN



sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Até qualquer hora, Mandela...

Poderia dizer-te adeus
Mas sei que Deus
Ah... te fez uma casa no Céu
Fico pensando de que cor ela é
E imagino que o Deus Criativo
Te fez uma casa multicor
Tão colorida que é
Parece até um jardim
Cheinho de flor
Tem um perfume, Mandela
Que cheira a amor
Fragrância que um dia
Você liberou
Tem mesa posta, tua casa no Céu
Que banquete tem lá!
Os sabores são tantos
Que não se pode contar!
Há luz em tua casa, Mandela
Tua luz está lá
E a de todos aqueles
Que fizestes brilhar
Até qualquer hora, Mandela...
Vou te visitar
Se eu for tua vizinha,
Ah! Que honra será!!!
M.N.



domingo, 1 de dezembro de 2013

Liberta o voo e Desafia a dor! -Foto: Camila Cruz

Voar é desafiador
Desafia a dor dos pés fincados
Desafia a dor de abrir as asas
Voar é libertador
Liberta a dor
Liberta os sonhos
Liberta as asas e a vontade de voar
Aprende-se a voar, voando....
Aprender sempre dói um pouco
Os pássaros vão sem medo
Em direção às grossas nuvens
Por que o medo da possível tempestade
Se, talvez, ela nem venha
Já que o Sol brilha ao lado?
Há sempre uma luz pra onde ir
Basta ter coragem e seguir
Desafiar as circunstâncias
Ganhar impulso, ter pulso
E enfrentar as lembranças
Ter de novo esperança
Voar alto, voar longe
Porque a vida é sempre um devir
E vamos sendo tal qual pássaros
Em incansável voo pelo céu que não tem fim.
M.N.


sábado, 30 de novembro de 2013

Descansar

Quando vai chegando o fim do ano, parece que o cansaço toma conta das pessoas de um modo especial. Ficamos com aquela sensação de que o ano precisa terminar, porque com o término dele vem o descanso. Mas será que é assim?
Ano findo significa descanso vindo?
Para alguns, estudantes e professores, especialmente, esse finalzinho é o início daqueles dias nos quais vamos, por algum tempo,  viver sem os compromissos escolares, que, de fato, nos tomam muito tempo e muita energia também.
Para outros, é o início das famosas Festas de Fim de Ano, quando se pode reunir a família, comer bem e trocar presentes e, logo em seguida, viver a efêmera alegria do Carnaval. Então, permanece a sensação de que tudo é festa, de que a vida é uma festa... E festa é alegria, relaxamento e, talvez por isso, também possa representar algum descanso.
Hoje venho refletir sobre o que significa "descansar"... Podemos pensar nos muitos sentidos para o verbo, mas quero aqui tomar apenas um deles: assentar sobre algo, firmar sobre algo. Pois é... Descansar é assim: tomar o peso que levamos e assentá-lo sobre Algo!
Qual tem sido o nosso peso? Quais têm sido os pesos que trazemos conosco durante todo um ano, ou um período da vida que seja?
Sejam quais forem eles, a reação do corpo é sempre nítida: escassez de energia, olhos caídos, pouca disposição, sono ou falta dele, pouco apetite ou  excesso dele, e muita, mas muita vontade de assentar-se sobre algo e, assim, descansar...
A questão é que quando se trata de cansaço físico, uma boa cama ou sofá já é o bastante... Mas, os pesos que trazemos na alma e no coração (que, pra mim são essencialmente, o mesmo),  não se assentam em confortáveis sofás ou camas, mesmo as melhores.
Esses pesos não são retirados de nós nem com férias, nem com festas, mesmo as mais animadas... Esses precisam ser assentados num território chamado Paz! A cama da Paz é a única que nos alivia dos pesos que trazemos. É nela que podemos deitar nossas angústias, nossos medos, nossas decepções, frustrações e todas as mazelas que cansam nossa alma e coração.
Essa cama acolhe tudo isso, abraça, absorve e, quando nos levantamos dela, estamos leves, descansados.
Mas, atenção, não falo de uma paz qualquer, falo da Paz que excede todo o entendimento, que não te livra dos problemas, mas que te descansa, apesar deles.
Viver essa paz, apesar de..., é, na verdade, DESCANSAR.
Em Deus eu tenho paz!É Deus a minha Paz.
M.N.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Encalhado

Meu barco encalhado no mar de areia
Deserto, solidão, gelo na veia
Meu barco sem remo, sem vela ficou
O sonho que tive, com dor, afogou
No mar de areia , meu deserto interior
Que encalha o barco e o enche de dor
Meu barco precisa das águas azuis
Do vento que o ajude a seguir adiante
Pra que o barco encalhado
Que navegou errante
Navegue a vida mais confiante
Pra encontrar seu porto
E nele, conforto...

M.N.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Porta fechada

A porta está fechada
Dentro dela, só o silêncio
Repleto de inquietude
Sem qualquer perturbação
A porta que há do outro lado
Aquela que ninguém vê
É a porta de saída
Do invasor da minha vida
Que entrou sem permissão
Roubou minha alegria.
Modificou minha visão
E, com ela, a perspectiva.

M.N.

domingo, 24 de novembro de 2013

Imprevisível

A árvore fincada
no jardim da minha vida
Quase seca já estava
Plantada na monotonia
E o meu jardim 
Que era aberto
Tornou-se jardim secreto
O imprevisível segredado
Um dia Deus me contou
Meu jardim era regado
Do azul que o céu chorou

M.N.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Felicidade é simples assim.

Sempre tive vontade de falar sobre a felicidade...
Mas tantos já falaram dela ( e com tanta propriedade!) ou por vivê-la, ou por desejá-la, que eu nunca me atrevi. Mesmo porque não sou boa na prosa. Nem na poesia, embora me atreva mais com ela.
No entanto, hoje, me deu vontade de me arriscar a falar acerca deste estado da alma- a felicidade, toda ela feita de momentos, pequenos ou grandes, singelos ou faustuosos... Mas, momentos.
Viver os momentos intensamente é experimentar todas as sensações que eles podem proporcionar: o pulsar acelerado do coração, as borboletas no estômago, a boca seca, o tremor, o riso contido e solto, as lágrimas de felicidade... A vontade de rir alto, rir alto, gargalhar... E saber, sobretudo, que cada sensação dessa fica guardada, colada na alma, na memória, no coração.
Ser feliz é mais simples do que pensamos, porque a felicidade não está em chegar "lá", está na caminhada e nos percalços dela, em cada passo, em cada pequena vitória, em cada ombro amigo, em cada amigo achado no caminho, escolhido e aparecido assim meio "do nada", e que se transforma em um "grande amigo"... E nos sentimos tão bem quando estamos com eles, dividindo experiências ou rindo à toa das bobagens, cuja importância só é creditada por eles, por nós...rs
Falo de felicidade hoje, porque passei grande parte da vida pensando na tristeza, nas faltas, nos espaços vazios em mim, os quais eu alargava dia após dia, remoendo dores, angústias, arrependimentos, culpas... Tanto tempo perdido!! Tanta vida boa pra ser vivida! Tanta gente boa no meu caminho, tanta presença, tanta coisa a agradecer....
Então, entendi que meus espaços vazios, aqueles que me incomodavam tanto, foram criados por mim mesma e apenas eu, mais ninguém, deveria desconstruí-los. E assim tenho feito, com alguma insistência, com alguma energia, com fé no Deus em quem tenho crido e sendo feliz, dia após dia...
Não tenho tudo o que gostaria, nem todas as pessoas que amo perto de mim... Algumas que amo muito nem sequer me amam mais (talvez nunca tenham, de fato, me amado), mas como diz um bom amigo: pra ser feliz, não precisa de um amor, precisa de AMAR.
A felicidade só é simples assim, porque ela está dentro de mim.
M.N
P.S. Desculpem aos que esperavam ler alguns versos simples e meus e se depararam com uma leitura (rasa que tenha sido) minha de mim.

domingo, 17 de novembro de 2013

Sob a sombra

Sob a  sombra, o caminho mais fácil se torna
Faz-me ver de outra forma
O ardor da caminhada
Sob a sombra refrescante, nem quero ver adiante
O lugar que me espera.
À sombra, caminho e chego; o lugar é ruína e medo
Quem me dera o Sol!
Seu calor queimaria meu desejo acalentado
Pela sombra do caminho
De um lugar equivocado.

M.N

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Tornado de pensamentos

No calor da minha vontade
Na poeira das ideias limpas e sujas
Minhas ideias misturadas às suas
Subiram na força quente
Rodaram na minha mente
Um tornado de pensamentos
Palavras e sentimentos
Todos os livros que li
Todos aqueles que leio
Meus autores companheiros
Minhas vozes num balaio
Um poético ensaio.

M.N

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Vaso e Oleiro

Nós somos vasos
Na mão do oleiro
O oleiro sonha o vaso
Faz o vaso limpo, perfeito
Plantas nascem no vaso
Crescem e também morrem
No nascer e no morrer
O vaso se suja, macula
Se afasta do oleiro
Se abandona e sabe:
Precisa do seu criador
Pra se refazer  limpo,
Perfeito.

M.N.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Solidão

A solidão é o  meu silêncio
Na imensidão do mar dos pensamentos
A  solidão acompanhada
Das dores da caminhada
Preenche as agruras dos meus sentimentos
Minha solidão vislumbra minha companhia
A luz, pra onde  vou mergulhar
Porque um barco atracado  
Não se pode manobrar.

M.N.

A sombra

A sombra  projetada
É sempre uma deformação
É apenas sombra
E sombra é ilusão
A projeção é um reflexo
Uma máscara a mostrar
Mas, de fato, o que se tem
Tem cuidado em ocultar
A sombra me acompanha
Vem colada no meu pé
É companheira da jornada
A caminhada é um balé
Uma sombra é sempre sombra
Nunca é o que se é.

M.N.

Bailado alado

Assim dançam os pássaros
No ritmo do canto que encanta
Em  liberdade franca e tanta
É o voo, nada além do voo
Vivendo no vento, lento...
Conduzindo a dança
Das asas que se querem asas
Num bailado alado
Sob o som calado
Ressoando a liberdade....

M.N.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Ócio

O nada pode ser tudo
Um  vazio cheio de paz
O preto no branco
Nitidez que se faz
Descanso do corpo
O respiro num sopro
Deleitar-se no leito
O sossego no peito
A aspereza da vida
No macio do ócio

M.N.

sábado, 9 de novembro de 2013

Minha pedra

No meio do rio
Tinha uma pedra
E uma corda pra atravessar
A pedra na  travessia
Era o acesso ao destino
Pra um destino de alegria
Há uma pedra a escalar.

M.N.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Prenúncio - Foto: Glaucia Schuindt

As nuvens no céu
O prenúncio da chuva que vem
Não uma chuva qualquer
São problemas que dela advêm
Chuva pode ser bênção
Regando a plantação
Tempestade  é o prenúncio
Do medo, a manifestação
Mas após a tempestade
A bonança apareceu
Ensinando a cada um
Que o melhor só vem depois.


M.N.

sábado, 26 de outubro de 2013

Caminho de pedras

Nem todas as pedras
São o tropeço do caminho.
As pedras que conheço
São disso, o avesso
São a ponte que permite
Alcançar o outro lado
E meus pés ficam seguros
Não afundam nesse lago.


M.N.

Mergulho no céu

O céu e o rio se confundem
numa única imagem
Azul e branco
Colorem a paisagem
Confusão bendita
Arte de Deus
Permite ao homem
Mergulhar no céu.
M.N.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Corda Bamba - Foto: Ricardo Biserra

Abrir os braços
Posicionar o corpo
Pisar no lugar certo
Decidir ir ou ficar
Balançar,  equilibrar
Andar devagar
Mas  nunca parar
Olhar pra frente
Focar!
Na corda bamba da vida
A escolha é minha
Se cair, vou levantar!

M.N.

Raiz

Oh! Senhor Livro que me prende
Que sustenta o caule condutor
Tuas histórias são meu alimento
Em tuas páginas liberto meu tormento
Oh! Senhor Livro que me prende
Uma prisão libertadora
Mostra tua raiz, me segura
Então, me solto, viajo, fico e vou
Criança ainda que sou
Choro, rio, me envolvo, me encaixo
Uma Mulher agora se formou
Te consumo e me alimento
Saciada me convenço
Dos teus eus, teus, meus, eu...
Livro meu, tão meu...tão eu...
Tão livro, tão livre...
Tão eu

M.N

Morrer - Foto: Charles Dangelo

Há muitas maneiras de morrer
Mas nem sempre pensamos nelas
A morte acaba por parecer o fim
Um corpo que dorme , que para, que gela.
No entanto, todo dia morremos
Morremos um pouco todo dia
Morremos em nossas vontades
Morremos em mentiras
Morremos em verdades
Morremos ao saber
Morremos por ignorar
Morremos de amor
Morremos por amar
E a vida se transforma em um túmulo
Uma lápide e um epitáfio:
Em minha morte ganhei a vida!
Não aquela  que escolhi,
Mas foi ela que vivi.

M.N.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Vértices - Foto de Antônio Manuel Pinto Silva

Naquele dia eu juntei os lados
Fechei-me numa caixa
A caixa das desilusões
Cada lado de mim
Insistia em mudar de direção
Por que não foram para lados opostos?
Foram todos se encontrando
Cada lado se juntando
E formou a minha caixa
Ela, então, foi meu abrigo
Por um tempo... Que perigo!
De desilusões, a caixa
Transformou-se nesse abrigo
Abrigar-me de mim mesma
Das tristezas, das feridas
Nessa caixa, nesse abrigo
Descobri que era mentira
Não me protegi de nada
Só me expus às tantas dores
Às feridas inflamadas!
Ao saber dessa verdade
Fui dia-a-dia me curando
As feridas se secando
E atentei pra cada canto
Que havia em minha caixa
Cada vértice, um encontro
Que juntou meus sentimentos
Nesses vértices
Doces pontos, meus encontros
Sem lamentos!
M.N.

Redes

Só quem nasce pescador
Sabe a boa hora da pesca
Descansa as redes no muro
Imaginando fechar as brechas
Sua pesca é um ato de amor
Ao  pescar o inocente peixe
Sabe que ele sente a dor
De fazer parte das redes
Que lhe tiraram a chance
Do nado libertador...

M.N.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Casei-me com o mar

Um dia pelo mar me apaixonei
Por ele suspirei, com ele sonhei.
Arrisquei, submergi.
Afoguei
nele pensei
De dia e de noite
Com ele sonhei
Acordada ou dormindo
Com ele sonhei
Então me casei
Arrisquei, submergi
Afoguei
Por ele vivi
Por causa dele
Morri.  
M.N.