sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A saída

Dentre as coisas que aprendi
É que é uma arte saber sair
Permanecer no lugar que não é seu
Estar ao lado de quem não te quer
É entrar numa “furada”
A entrada é sempre franca
Mas o preço é muito alto
A saída está na saída
De um tipo triunfal
Levantar a cabeça, sacudir a poeira
E não viver nada igual.

M.N                                                                                                                                                 Fotografia- Ivana Clapp

O lixo

Varre, seu moço
O lixo que há nas almas andantes
Das estradas,  os viajantes
Cheios dos entulhos seus
Limpa, seu moço
A sujeira de todo dia
A mentira, a monotonia
Da  vida que só acumula pó
Junta, seu moço
No cantinho da alma
Naquele lugar que ninguém vê
Guarda nosso lixo lá
E, por favor, usa a pá!
Porque acumulado está
Entupindo a única veia
Onde ainda circula
A nossa capacidade de amar.
M.N.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Minha procura

Procuro aquele sentimento que antes
Trazia luz à minha noite escura
Fazia, dos meus lábios, brotar  o sorriso franco
 tanto riso...
Procuro dentro, nos cantos e recantos
A letra, a voz, a música....
E só encontro um vazio, um silêncio.
Procuro de novo, insisto, persisto.
Então, entro.
Porque é necessário entrar, ficar
Para, então, descobrir:
A letra era morta, a voz era muda
Desafinada a música
O baú é pequeno, o sentimento ilusório
Não me cabe, não me encaixo
Minha procura é um fiasco.

M.N.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O VOO

A força do voo
Não está na matéria
de que é feito o objeto que voa
A força do voo
Está nos sonhos de quem quer os ares
O avião pode estar dentro da pipa
Na força do voo
Das mãos que a soltam.

M.N.

Direção

Caminha-se em muitas direções
Mas só há um lugar pra chegar
Todo dia, uma escolha
Toda escolha, um descarte
Cada descarte, uma dor
As direções tomadas
Pelas setas indicadas
Apontam o passado que tive
Apontam o futuro que for
Só há uma seta de duas direções
Mostrando-me  as duas visões
Olhar pra trás e ver quem fui
Olhar a frente quem hei de ser
E no meu presente, acontecer.                   

M.N.

O bem e o bom

Nem todo bom é bem
Nem todo bem é bom
O homem no topo, no auge
Sente-se mais do que você e eu
O bom  que lhe parece
Não é o bem que me pareceu
O  bom se encerra no topo
O bem de sentir-se mais
O vale não é um poço
Pode estar nele  a sua paz.

M.N

sábado, 24 de agosto de 2013

Água viva

Aquela que cumpre a missão
Servindo a Deus com amor
Na terra seca, a visão
Da água que brota da dor
De Jesus Cristo, o Filho Amado
Entregue e crucificado
Fonte que jorra  Água Viva
Que deixa a terra produtiva
Na cabeça da menina linda
O desejo que não finda
Faz tomar a iniciativa:
Levar Jesus, a Água Viva.

M.N.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Vá à luta, filho meu!

Vá à luta, filho meu!
Porque a vida é uma conquista.
Tem barreiras, tem espinhos
Mas tem flores no caminho.
Corra atrás daquela pipa
Outros vão correr também
Acredite, filho meu,
Ela é tua, de mais ninguém.
Nunca perca essa vontade
Vive sempre a verdade
Teu sucesso, teu caminho
Tua  escolha é teu destino
Vá à luta, filho meu!
Não desista se é difícil
Sempre insista, corra atrás
Vive a vida que te apraz.

M.N

Coragem, filha!

Coragem, filha!!
Pra mergulhar no mar da vida
Voar tão alto e tanto
Tuas asas, meu encanto...
Mergulha, filha!
Toma fôlego e vai...
Qual um peixe, nada livre!
Faz teu tudo, acredite!
Abre as asas, voa longe
Realiza os teus sonhos
Acredita, filha minha!
Uma águia, bela e forte
Voa alto, vê tão longe
Vê a vida que se esconde.
Coragem, filha!
Vive a vida e não permita
Cair nas redes, nas armadilhas.
Que ninguém te corte as asas
É você quem escolhe as milhas.
Coragem, minha filha!

M.N

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Espinhos

Espinhos incomodam
Machucam e doem
Espinhos perfuram
Furam e doem
Espinhos lembram
Relembram e doem
Espinhos atravessam
Saem e doem
Mas ensinam
É sábio aprender.

M.N.

Espinhos e flores

Hoje fiquei pensando em espinhos e flores
Em todos aqueles que por minha vida passaram
Que marcas deixaram,
Os que meu coração sangraram.
Naqueles que embelezaram meus dias
E perfumaram meus ares
Tornaram minha vida, completa alegria
E pensando, concluí
Flores belas, perfumadas
Se não forem cultivadas
Ficam murchas, machucadas
E os espinhos que machucam
Que nos sangram, nos perturbam
Têm também o seu valor
Nos protegem na jornada.

M.N.

domingo, 18 de agosto de 2013

Janelas fechadas

Quando fecho as janelas
Não me escondo, me protejo
Me perdoe, caro amigo
Sei do efeito de seu beijo
É por isso que me fecho
Mas não tranco, apenas fecho
Por um tempo, me protejo
Em seguida, o seu beijo
Abre os trincos, traz a luz
Me desnuda, me ajuda
Me encanta e me seduz.

M.N.

Solidão acompanhada

A solidão acompanhada
Da brisa fresca, da areia morna
Da água fria que o mar entorna
A solidão outrora triste
Tão sozinha, sem ninguém
Faz do mar um grande amigo
Da areia,  companheira
Do pensar na caminhada
Tão sozinha e desejada
O abrigo pro silêncio escolhido
E permitido.

M.N

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Deserto

Meu deserto branco
Tão cheio de nada
Tão difícil a caminhada!
Dessa vida ressecada
Mas o branco que era nada
Era  página virada
Minha  sorte transformada
Outra história registrada.
Todo o nada  que escrevi
Muito dele eu já vivi
Mas a poça que encontrei
Bebi dela, saciei
Meu deserto, livro em branco
Nova história, escrevo e conto.

M.N.

Mergulho

Quando adentro em mim
Não permito ir apenas até o joelho
No mar de tudo o que sou
Vou fundo e mais profundo
E mergulho no meu mundo
 Encontro a luz enfim
A luz nunca está fora
Está sempre dentro de mim.


M.N.

A cor do amor



A menina branca
Levando amor
Às crianças negras
Da África-dor
A menina branca
Tão cheia de Deus
Na Palavra bendita
Fez deles, os seus...

M.N.

Ideias


Ideias são como borboletas
Começam dentro do casulo da alma
Sofregamente enfrentam a dureza da saída
Mas quando nascem
Voam longe e enfeitam os jardins da vida....

M.N.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Paz


A paz não consiste
Na ausência de problemas
Ledo engano de quem pensa
Que os pássaros que voam longe
Cada qual numa direção
Estão confusos, inquietos.
Estão de fato, os belos pássaros
Voando a paz na imensidão...

M.N.

O resultado

Toda queda é uma descida?
Depende da  perspectiva
cai quem está de pé
Toda queda é brutal? Pode ela ser fatal?
Vai medir a tua fé
Mas a queda tem nascente,
dentro dela um ser vivente
Procurando o seu lugar
Está na queda a subida, muitas vezes a acolhida
Uma esperança no olhar
Esperar o resultado, aquele mesmo inacabado
O que se quer encontrar?
Enfrentar a correnteza,
pra contemplar a beleza
Que a vida te ofertar. 

M.N

Minha vereda

Vereda verde
Estreita
Sombra e luz
Caminho longo
Que me seduz
Vereda verde
Estreita
Partida ou chegada?
O que me empurra
É a caminhada
Vereda, caminho
Sentindo sozinho
Meu corpo, um ninho
Um tanto sozinho.

M.N

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Tão longe...



Longe....
Apenas uma imagem
Um saber da existência
Um sabor que se sabe
E não se tem
Uma certeza tão cheia de incertezas
Apenas o graveto seco 
Que se mete a galho
Segurando, sustentando
Tão incerta certeza
Longe, me olha de tão longe...
Mas não me vê....

M.N.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Dentro



Meu portão de grades fechado...
Para entrar, estás convidado
Vem saber o que tem dentro
Minha alma, o sofrimento
Organizo minha casa
Dou a ela duas asas
Abro as trancas pra voar
Ei, você , não vá embora
Vem pra cá, vem sem demora
Abra a tranca, vem pra dentro
Manda embora o meu lamento.

M.N.