Quantos de nós vivemos sob a sombra
Dos nossos medos
Dos desejos
reprimidos
Dos desencontros catastróficos
Quantos de nós vivemos sob a sombra
Da felicidade clandestina
Dos desejos atendidos
De uma vida bem vivida, mas escondida
Dos sonhos mais secretos
Nas noites bem dormidas
Quantos de nós vivemos sob a sombra
Dos pensamentos tão loucos
Turbados, perturbados, alados
Da incompreensão alheia
Exatamente porque é alheia à nossa história
Quantos de nós vivemos atrás da luz
Um facho dela, que nos revela
Que acende a vela, que vela o corpo
Morto...
Porque não há quem possa viver
Todo o tempo sob a sombra!
M.N.