Vem, 2015!
Vem na primeira hora do dia
Vem no primeiro raio de Sol
Que toca a terra
Que beija o mar
Vem, 2015!
Vem sem demora
Chegou a hora
De me encantar
Vem, 2015!
Vem, que te espero
Como a noiva virgem
Que se deseja desvirginar
Vem, 2015!
Vem de braços abertos
De sorriso largo
Penetrar meu mundo
Vem me encontrar!
Me surpreenda...
Vem... tão somente, vem!
MNS
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
Protege-me: Foto de Marcio Santana
Protege-me coloridamente
Das gotas da chuva quente
Que molha, incomoda e adoece
Protege-me coloridamente
Do Sol escaldante
Que queima errante
A pele dilacerante
Protege-me suavemente
Agora e sempre, me sente
A sombra fresca, refresca
Encanta, me testa
Eu provo e aprovo
Tua sombra, tuas cores
Nem a chuva quente
Nem o Sol escandante
Nem o Cinza opaco
Somente as cores
Da sombra fresca
A proteção certa
De tudo o que me afeta
Protege-me.
MNS
Das gotas da chuva quente
Que molha, incomoda e adoece
Protege-me coloridamente
Do Sol escaldante
Que queima errante
A pele dilacerante
Protege-me suavemente
Agora e sempre, me sente
A sombra fresca, refresca
Encanta, me testa
Eu provo e aprovo
Tua sombra, tuas cores
Nem a chuva quente
Nem o Sol escandante
Nem o Cinza opaco
Somente as cores
Da sombra fresca
A proteção certa
De tudo o que me afeta
Protege-me.
MNS
sexta-feira, 11 de julho de 2014
Senun, o pássaro que TINHA medo de voar
Senun, o pássaro que TINHA medo
de voar
Eu vou contar pra você a história
de Senun. Um periquito colorido e cantador...
encantador era Senun. Não havia um passarinho no Grande Viveiro que não
se encantasse com seus encantos!
Sabia bem como fazer qualquer
periquita ficar de asinhas caídas por ele. Era um filho exemplar, obediente e
corajoso! Ops! Peraí... Corajoso, corajoso não... Só que ele só descobriu que
era medroso mesmo no dia mais importante da sua vida. E é sobre esse dia que eu
quero falar.
Senun nasceu no dia 07 do 5º mês
de um ano que eu não vou revelar. Nasceu esperto como ele só! Muito mais depressa
do que seus irmãozinhos, ele aprendeu a dar as primeiras passadinhas e a voar
baixinho por entre os galhos do viveiro.
Mamãe Alai ficava nervosa, porque
Senun não parava quieto, um minutinho sequer, sempre querendo ir mais e mais
longe. E o papai Zepê estava sempre a brigar com ele: “Não suba aí, Senun. Você
não sabe voar” , “Saia logo desse canto, pois é perigoso”, “Não, não, não
pode...Isso não é pra você” “ Volte, está indo longe demais”...
E assim, dia após dia, cada
galhinho que Senun subia para poder dele saltar, foi lhe parecendo mais alto e
mais perigoso! E olha, que ele já estava ficando bem grandinho...
Sabe o que é engraçado? Quando
somos pequenos, os obstáculos parecem muito maiores! Mas, à medida que vamos
crescendo, eles parecem diminuir.... Porque crescemos. No entanto, para Senun a coisa não acontecia
assim. Ele crescia e com ele crescia o medo de voar... Cada galhinho, por menor
que fosse, era um galhão para o pequeno- grande Senun.
Ah...Mas eu vou te contar um
segredo (ó, não pode contar pra ninguém, tá? Primeiro, prometa que não conta.
Prometido??? Então, tá....): NINGUÉM, mas NINGUÉM MESMO sabia do medo de Senun.
Ele escondeu tão bem escondidinho, que nem ele mesmo sabia onde o medo estava e
achou que era o mais corajoso de todos os passarinhos do viveiro!!!
Defendia os irmãos das aves mais
atrevidas, sempre obedecia com coragem TODAS as ordens do papai e da mamãe tão
zelosos, era o mais forte na “Queda de Asa”, era craque em caçar minhoquinhas
para os filhotes dos vizinhos e ficava de vigia em cada casinha, para proteger
os outros passarinhos.... Parecia corajoso esse periquito. Nada, nada mesmo o
deixava com medo.
De voar??? Ah... Disso ele não se
lembrava mais.... Ele guardou tão bem guardadinho aquele medo, que um dia
procurou, procurou e não achou mais. Só que junto com o medo, sumiu também a
vontade. E sem medo e sem vontade, Senun vivia os seus dias no Grande Viveiro.
Cantando, encantando, protegendo, cuidando.....
Até que um dia, depois de muito
trabalhar, Senun olhou através das grades do Grande Viveiro, olhou assim com um
olhinho só, por um buraquinho só. E de repente.... Uau!!! Que céu azul, que
imensidão, quanto espaço, tanto céu, tantos lugares pra onde ir.... E eu aqui.
O “corajoso” Senun começou a
imaginar como deveria ser a vida além do viveiro. O que faziam os pássaros que
voavam pra lá e pra cá.... Onde era Lá? Onde era Cá? E começou a brotar nele
uma vontadezinha, bem pequenininha mesmo, de saber o que havia do outro
lado.... E a vontadezinha trouxe junto com ela, o medinho. Senun sentiu um
negócio esquisito, uns barulhinhos na barriga, um apertinho assim no peito, bem
pertinho do coração. E esse barulhinho, virou rapidinho um barulhão!!! E o
apertinho, logo, logo era um aperto tão apertado, que espremeu, espremeu e botou
para fora o Medo! Sabe aquele medo que tinha ficado escondido por anos? Pois é.
Ele mesmo. Ah... O medo era bem grande... Ele não sabia medir o tamanho, e nem sabia
se era maior que a Vontade de voar. Tudo porque a balança que pesava o Medo e
Vontade estava toooda enferrujada, fora de uso e não pesava nada direito.
Ele olhou pras suas asas... tão
bonitas que eram! De cores tão vivas e brilhantes! Abriu devagarinho e sentiu
primeiro uma cãibra, depois uma forte dor. Porque asa quando não se abre pra
voar, fica um tanto atrofiada, durinha, durinha. E pra mexer é um custo!!! Mas ele
continuou abrindo... Fez um tímido movimento para baixo e pra cima e percebeu
que elas eram, além de muito bonitas, fortes também.
Você pode estar pensando: “Pobre
Senun, trancado num viveiro, enquanto a passarada brinca lá fora, na imensidão
do céu azul...”. Não se engane! Senun não vivia trancado na gaiola ou no
viveiro, porque o Grande Viveiro ficava aberto a maior parte do tempo. Senun
vivia trancado em seu próprio medo! Quando ele escondeu, ele fechou a porta por
fora e perdeu a chave! Tadinho...
Então ele arquitetou um plano.
Escreveu na parede de seu quartinho, passo a passo, o que iria fazer. Era
assim:
1º passo: Consertar a balança do Medo e da
Vontade.
2º passo: Pesar o medo e a
vontade
3º passo: Encarar de frente o
resultado
4º passo: Decidir: ir ou ficar.
Pronto! Simples assim.
Simples??? Simples nada! O medo de voar trouxe junto com
ele outros medos, e agora Senun tinha medo de saber o resultado, tinha medo de
não conseguir decidir, tinha medo de ir e de ficar.... Ai, ai... O que fazer?
A sorte de Senun é que ele não tinha medo de consertar a
balança... Então, ele trabalhou dia e noite, noite e dia e consertou.... Agora a
balança estava prontinha, tinindo de brilhando, cada mola, cabo e haste estava
em seu devido lugar e funcionando direitinho.
Agora, o passo seguinte era pesar. Mas, o medo tomou conta
de Senun e ele demorou muito pra decidir se ia pesar ou não.... O medo tomou
conta dele, mas não se esqueça, junto com o medo vem a vontade de voar beem alto, na imensidão do céu
azul. E esse dilema atordoava Senun, que precisa saber quem pesava mais: o medo
ou a vontade. Então, não podendo mais esperar, ficando triste com a dúvida, ele
tomou coragem e pesou.
A balança pendeu de um lado para o outro, de um lado para o
outro, pendia para o medo e para a vontade também... E ficou assim por um bom
tempo até parar.
E, pra surpresa de Senun, a balança não desceu mais de um
lado, nem do outro.... Estava equilibrada na mesma direção. O medo e a vontade tinham o mesmo peso. Igualzinho. Nem
1 graminha a mais ou a menos para um lado ou para o outro.
Encarar esse resultado foi pior do que Senun pensava,
porque agora, a decisão não dependia do resultado, mas da sua própria vontade.
Peraí!!! Vou repetir: a decisão não dependia do resultado, mas da
sua própria vontade. É isso mesmo. A decisão não dependia do medo e sim, da
vontade. Se dependia da vontade, era mais fácil do que ele pensava.
E naquele dia, dia 08 do 5º mês, de um ano que eu não vou
revelar -o dia mais importante de sua vida- Senun colocou o medo bem na frente
dele e disse: Ei, Medo, eu não te escuto mais. Você não me leva a nada. E se
quiser saber pra onde eu vou, pra onde tenha Céu....É pra lá que eu vou. (Até
fizeram uma música por causa dessa história, você sabia disso? Um dia eu canto
pra você).
Quando Senun encarou o medo de frente e escolheu não dar
ouvidos a ele, o medo não encontrou espaço em sua vida, porque a vontade ocupou
cada centímetro da sua alma, do seu coração, da sua mente e do seu corpo. E
quando os dois foram colocados na balança, ela pendeu até o fim pro lado da
vontade. (Ele mediu só pra constar, claro; porque nem precisava mais, né...)
Então, Senum, o pássaro que TINHA medo de voar, não tem mais.
A imensidão do céu azul, às vezes, ainda parece pequena pra
ele.... Danadinho esse periquito. Sempre querendo mais e mais.... Mamãe Alai e
papai Zepê não conseguem segurar seu periquito caçula, que agora, além de
encantador, cuidador e obediente, é corajoso de verdade.
Um dia, eu te conto, todas as aventuras que ele tem vivido
em cada canto que ele vai....
Ah....Não posso esquecer... As asas dele cresceram muito.
Muito mesmo! Me contaram até, que de
periquito, Senun só tem o colorido. Ele se transformou numa bela águia. Não sei
se é verdade. Mas, eu não duvido de mais
nada....Até porque ele vai, no próximo ano, atravessar os mares! Sabe-se lá as
aventuras que um pássaro que não tem medo de voar pode viver... E eu quero
saber de todas, só pra contar pra você.
Bons voos.... Pra todos nós, que não temos mais medo de voar.
MNS
Nem um verso, nem poesia. Apenas uma história para a criança que há em mim e em você
terça-feira, 10 de junho de 2014
Só que.... Foto: Laura Mexia
Só que nem sempre a gente consegue descer....
Nem sempre as pernas têm a força necessária
Então, a gente lembra que subiu um dia....
Só que naquele dia a gente também não deu conta
Não subiu sozinho
Tinha uma máquina que nos levava
Que fazia o papel de nossas pernas
Então a gente subiu
Só que agora tem de descer
Volver.... vou ver se consigo
Se a máquina que me levou
Me traz de volta....
Então, eu vou...
Só que dessa vez, dispenso a máquina
E caminho com meus próprios pés.
M.N.
Nem sempre as pernas têm a força necessária
Então, a gente lembra que subiu um dia....
Só que naquele dia a gente também não deu conta
Não subiu sozinho
Tinha uma máquina que nos levava
Que fazia o papel de nossas pernas
Então a gente subiu
Só que agora tem de descer
Volver.... vou ver se consigo
Se a máquina que me levou
Me traz de volta....
Então, eu vou...
Só que dessa vez, dispenso a máquina
E caminho com meus próprios pés.
M.N.
segunda-feira, 26 de maio de 2014
Caminhos: Foto: Renê Martim
Caminhos, estradas, ruelas
Lugares para onde ir
Qual caminho seguir?
O despertar da questão
A questão ao despertar
Um momento, então:
O caminho que se escolhe hoje
Risca o chão do amanhã
Com passos largos ou curtos
Lentos ou rápidos
Os caminhos são nossos
na superfície ou nos fossos
Se eu escolho o caminho
Se dirijo meus passos
Se realizo tais atos
É porque, dos caminhos
Decidi um destino:
A felicidade de menino...
Que brinca, que sonha, que ri....
Que anda por espinhos
Que dá e recebe carinho...
Mas, que dentre tantos,
Escolhe um caminho.
E é libertador poder decidir!
M.N.
Lugares para onde ir
Qual caminho seguir?
O despertar da questão
A questão ao despertar
Um momento, então:
O caminho que se escolhe hoje
Risca o chão do amanhã
Com passos largos ou curtos
Lentos ou rápidos
Os caminhos são nossos
na superfície ou nos fossos
Se eu escolho o caminho
Se dirijo meus passos
Se realizo tais atos
É porque, dos caminhos
Decidi um destino:
A felicidade de menino...
Que brinca, que sonha, que ri....
Que anda por espinhos
Que dá e recebe carinho...
Mas, que dentre tantos,
Escolhe um caminho.
E é libertador poder decidir!
M.N.
quarta-feira, 14 de maio de 2014
O passo
E então dei o passo
Não sei se foi o primeiro
Sei que foi o passo
De um pé ligeiro
De um pé descalço
Só sei que dei o passo
Tem espinhos, navalhas
No chão que pisei
Tem dor e tem sangue
No chão que pisei
Mas tem um lugar
Pra onde irei
E os pés descalços
Eu calçarei
com sonhos, projetos
E a fé que alcancei
O lugar é seguro
É dentro de mim
Ele guarda a verdade
Minha vida, enfim
Então dei o passo
Doído, de fato
Mas, é esse o passo
Pra paz que procuro
Eu vou ao penhasco
Vou dar o mergulho
Nas águas tranquilas
Do rio profundo
E lá eu me encontro
De novo e de fato
Hoje ele sangra
Mas dei o meu passo!
M.N.
Não sei se foi o primeiro
Sei que foi o passo
De um pé ligeiro
De um pé descalço
Só sei que dei o passo
Tem espinhos, navalhas
No chão que pisei
Tem dor e tem sangue
No chão que pisei
Mas tem um lugar
Pra onde irei
E os pés descalços
Eu calçarei
com sonhos, projetos
E a fé que alcancei
O lugar é seguro
É dentro de mim
Ele guarda a verdade
Minha vida, enfim
Então dei o passo
Doído, de fato
Mas, é esse o passo
Pra paz que procuro
Eu vou ao penhasco
Vou dar o mergulho
Nas águas tranquilas
Do rio profundo
E lá eu me encontro
De novo e de fato
Hoje ele sangra
Mas dei o meu passo!
M.N.
domingo, 11 de maio de 2014
Maternidade
Mater na idade de amar
Mater - amar e ter
Ter filhos que não são meus
São presentes de Deus
Uma herança valiosa
Existência deliciosa
Mater - geradora de vida
Pequena vida, tão grande amor
São doces os afagos, os sorrisos
São doces o cheiro e o gosto
De ser mãe na idade,
No tempo de amar...
Filho amado, o primeiro
desejado, esperado
Te amo e te gosto, meu amado
Tão pequeno em meus braços
Um gigante nos espaços vazios
que havia em mim
Filha amada, derradeira
tão querida, presenteira
Tão miúda em meus braços
Fui tomada pelo amor
De te ter, filha minha
Companheira na jornada
A mulher que você for
Minha pequena flor....
Maternidade - Graça bendita do Pai!
M.N.
quarta-feira, 7 de maio de 2014
Por ocasião do meu aniversário
Professora, pedagoga, mulher, mãe e poetisa,
Que bom que o tempo passa e minimiza
O efeito de tantos dias
Nas poesias
Que você deixa brotar do coração!
Nada planejado, como o seu sorriso
que é sempre um improviso
Espontâneo, iluminado,
Equilibrado de sim e de não.
E como faz por merecer
Queremos agradecer
Por sua vida,
Parentesco, amizade, querer bem...
Que bom que a poesia existe,
Que bom que você também!
PARABÉNS!
Tio João Antônio
Obs. Meu tio poeta... Parentesco que brotou do amor
De que vale o sangue que corre nas veias?
Mais vale o amor que penetra o coração
Temos sangue de poeta, tio
Colorido, perfumado, que circula, que escorre
Que mata a dor e vivifica o amor.
Um beijo carinhoso
M.N.
Que bom que o tempo passa e minimiza
O efeito de tantos dias
Nas poesias
Que você deixa brotar do coração!
Nada planejado, como o seu sorriso
que é sempre um improviso
Espontâneo, iluminado,
Equilibrado de sim e de não.
E como faz por merecer
Queremos agradecer
Por sua vida,
Parentesco, amizade, querer bem...
Que bom que a poesia existe,
Que bom que você também!
PARABÉNS!
Tio João Antônio
Obs. Meu tio poeta... Parentesco que brotou do amor
De que vale o sangue que corre nas veias?
Mais vale o amor que penetra o coração
Temos sangue de poeta, tio
Colorido, perfumado, que circula, que escorre
Que mata a dor e vivifica o amor.
Um beijo carinhoso
M.N.
quinta-feira, 1 de maio de 2014
Paradoxo: Foto: Odilon Araujo
No Dia do Trabalho, descanso
Choro de tanto rir
Meu silêncio grita
O não é sim
O sim é não
Sempre não é todo dia
Se digo: Tudo bem
Tá tudo mal
Enxergo melhor
De olhos fechados
Inquieto-me na quietude
Quando me visto
Me desnudo
Se insisto, desisto
Desejo o indesejado
Rejeito o amado
No descanso
Trabalho...
E vivo na morte...
Azar e sorte
M.N.
Choro de tanto rir
Meu silêncio grita
O não é sim
O sim é não
Sempre não é todo dia
Se digo: Tudo bem
Tá tudo mal
Enxergo melhor
De olhos fechados
Inquieto-me na quietude
Quando me visto
Me desnudo
Se insisto, desisto
Desejo o indesejado
Rejeito o amado
No descanso
Trabalho...
E vivo na morte...
Azar e sorte
M.N.
quarta-feira, 30 de abril de 2014
Tralhas - Foto: Maria Luiza
Ai, quanta tralha!!!
Quanta tralha a gente carrega!
Elas deformam nosso jeito
transformam em defeito
Cada gesto, cada feito
quero andar de qualquer jeito
passos leves, satisfeito
mas as tralhas me atrapalham
Me transformam em cabide
Fico meio cretinóide
Carregando essas tralhas
tanta coisa que não presta
Quero os meus braços soltos
Quero pernas flexíveis
Quero um jeito de livrar-me
Dessas tralhas, meus bagulhos
Conquistados com o tempo
Quero uma roupa nova
Leve....Limpa....confortável
Quero andar sem limitações
Quero puras as ações
Quero a viva prova
De que minha poesia ou prosa
Faz com que a vida valha
Sem os bagulhos nem as tralhas.
M.N
Quanta tralha a gente carrega!
Elas deformam nosso jeito
transformam em defeito
Cada gesto, cada feito
quero andar de qualquer jeito
passos leves, satisfeito
mas as tralhas me atrapalham
Me transformam em cabide
Fico meio cretinóide
Carregando essas tralhas
tanta coisa que não presta
Quero os meus braços soltos
Quero pernas flexíveis
Quero um jeito de livrar-me
Dessas tralhas, meus bagulhos
Conquistados com o tempo
Quero uma roupa nova
Leve....Limpa....confortável
Quero andar sem limitações
Quero puras as ações
Quero a viva prova
De que minha poesia ou prosa
Faz com que a vida valha
Sem os bagulhos nem as tralhas.
M.N
domingo, 27 de abril de 2014
Ser Gente- Foto: Yousry Aref
Gente é tudo igual e diferente
Gente que é gente pensa
Se preocupa e se ocupa
Gente para e continua
Gente que é gente fica na sua
Se previne e se descuida
E quando se percebe fluida
Sem forma, amorfa
Se percebe Gente
Que sente, ressente
Consente, pressente
É ausente e presente
Tão somente porque
É gente!
M.N.
Gente que é gente pensa
Se preocupa e se ocupa
Gente para e continua
Gente que é gente fica na sua
Se previne e se descuida
E quando se percebe fluida
Sem forma, amorfa
Se percebe Gente
Que sente, ressente
Consente, pressente
É ausente e presente
Tão somente porque
É gente!
M.N.
quinta-feira, 24 de abril de 2014
O que me aquece
O que te aquece, apetece?
O frio que sentes, consentes?
O calor que queres, malqueres?
Por que feres?
O que me fere, a mim me refere
O calor que espero, esse quero
O frio que sinto é meu labirinto
O que me aquece não é um corpo
Nem coberto pelo lenço
O que me aquece é o sentimento
Que se foi com o vento...
Se sentes frio, cobre-te
Com panos quentes
Com corpos querentes
Tem aos montes, certamente!
Porque o meu frio
Merece um agasalho de amor
Não sou anjo nem flor
Sou apenas o que sobrou
Daquele sentimento meu
Essa sou eu!
M.N.
O frio que sentes, consentes?
O calor que queres, malqueres?
Por que feres?
O que me fere, a mim me refere
O calor que espero, esse quero
O frio que sinto é meu labirinto
O que me aquece não é um corpo
Nem coberto pelo lenço
O que me aquece é o sentimento
Que se foi com o vento...
Se sentes frio, cobre-te
Com panos quentes
Com corpos querentes
Tem aos montes, certamente!
Porque o meu frio
Merece um agasalho de amor
Não sou anjo nem flor
Sou apenas o que sobrou
Daquele sentimento meu
Essa sou eu!
M.N.
domingo, 20 de abril de 2014
Olhar de menina - Foto: Beatriz Couto
Curioso, belicoso
Quase mulher
Já sabe o que quer
Sonha a sina de ser
Mais que tanto
Mais que menina
Mais que mulher
Ela apenas é.
A menina que vive
Que transgride
Que se permite
Não se acomoda
E, se incomoda,
Pouco importa!
Se lhe fecham a porta
Ela pula a janela
Porque sabe-se bela
E, por ser tão ela
Lança o olhar de menina
Que penetra na alma
Que revela a sina
De ser menina,
De ser mulher
E, se alguém a proibia
É porque se esquecia
Que ela só exibia
A beleza de ser Bia....
M.N.
Gosto de Carvallho
Não era apenas um rosto
Não era apenas o toco
Era o tronco, estava pronto
Não era apenas o nome
Era o tipo, a espécie
Era a mistura do rosto
do tronco, do gosto
Essa mistura era doce
E ainda que não fosse
Era a minha algibeira
esconderijo da madeira
Nessa eira certeira
Era o rei da floresta
Fez da minha vida, festa
Era do frio, o agasalho
E, por ele, sei que valho
Mas, por mais que dê trabalho
Quero o gosto amadeirado
Quero o gosto amadeirado
Amo o gosto do Carvalho!
M.N.
sábado, 19 de abril de 2014
Equilíbrio - Foto: Vicente Sampaio
A vida é como uma dança
Coreografada ou livre, uma dança
Ensaiada ou improvisada
A vida é como uma dança
Para driblar os movimentos, momentos
É necessário conhecer o corpo
a alma, o coração, os sentimentos
É preciso assimilar o ritmo, o compasso
Dar, sem medo, o primeiro passo
É preciso gostar da música, lúdica, única
Bailar sorrindo, sentindo, vivendo
Ousando, dançando no ritmo do vento
Em movimento, sendo...
E, quando chegar o fim de tudo
Ainda que a música acabe
E só reste um pedacinho de chão pra dançar
Dancemos num pé só...
Levantemos o braço
É só mais um passo
Afastemo-nos dos extremos
Dancemos em equilíbrio
Com a música da alma e do coração
M.N.
Coreografada ou livre, uma dança
Ensaiada ou improvisada
A vida é como uma dança
Para driblar os movimentos, momentos
É necessário conhecer o corpo
a alma, o coração, os sentimentos
É preciso assimilar o ritmo, o compasso
Dar, sem medo, o primeiro passo
É preciso gostar da música, lúdica, única
Bailar sorrindo, sentindo, vivendo
Ousando, dançando no ritmo do vento
Em movimento, sendo...
E, quando chegar o fim de tudo
Ainda que a música acabe
E só reste um pedacinho de chão pra dançar
Dancemos num pé só...
Levantemos o braço
É só mais um passo
Afastemo-nos dos extremos
Dancemos em equilíbrio
Com a música da alma e do coração
M.N.
sexta-feira, 18 de abril de 2014
É assim que se faz - Foto: Laura B. Klein
É assim que se faz
quando nos falta alegria na vida
Quando há um muro
Alto, intransponível
Que faz do sonho o impossível
Um muro duro e incolor
Que modifica a paisagem
Torna mais árdua a viagem
Afasta a própria natureza
Enchendo-nos de aspereza
É assim que se faz:
Olha, observa
Há vida, há flor
Aquela que se planta, cuida
Contempla e colhe
E o muro ali, inflexível
Nem sempre é preciso
Derrubá-lo, pulá-lo
Então, é assim que se faz:
Pega os pincéis, mistura as tintas
Desenha nele a sua história
Mais alegre e colorida
E junta a ela aquelas flores
Que estão detrás do muro
Cheias de vida! Ar puro!
Toda história tem muros e tem flores
Todos temos tintas, colores....
Vivemos a nossa guerra
Vivemos a nossa paz
É assim que se faz.
M.N.
quando nos falta alegria na vida
Quando há um muro
Alto, intransponível
Que faz do sonho o impossível
Um muro duro e incolor
Que modifica a paisagem
Torna mais árdua a viagem
Afasta a própria natureza
Enchendo-nos de aspereza
É assim que se faz:
Olha, observa
Há vida, há flor
Aquela que se planta, cuida
Contempla e colhe
E o muro ali, inflexível
Nem sempre é preciso
Derrubá-lo, pulá-lo
Então, é assim que se faz:
Pega os pincéis, mistura as tintas
Desenha nele a sua história
Mais alegre e colorida
E junta a ela aquelas flores
Que estão detrás do muro
Cheias de vida! Ar puro!
Toda história tem muros e tem flores
Todos temos tintas, colores....
Vivemos a nossa guerra
Vivemos a nossa paz
É assim que se faz.
M.N.
terça-feira, 15 de abril de 2014
A menina em mim - Foto: Roseli Stepurski
E o tempo passou...
Mudaram as estações
Mudaram meus sonhos e ilusões
A menina que eu fui
Esperava a chuva
Esperava o Sol
Esperava....
A menina pensante
Andante, sorridente
Confiante, tão crente
Um dia cresceu
E o tempo passou...
Mudaram as estações
Arrebatei uns corações
Amei sem restrições
Mudaram meus sonhos?
Não tenho ilusões?
O que ficou, enfim?
A menina em mim...
M.N.
Mudaram as estações
Mudaram meus sonhos e ilusões
A menina que eu fui
Esperava a chuva
Esperava o Sol
Esperava....
A menina pensante
Andante, sorridente
Confiante, tão crente
Um dia cresceu
E o tempo passou...
Mudaram as estações
Arrebatei uns corações
Amei sem restrições
Mudaram meus sonhos?
Não tenho ilusões?
O que ficou, enfim?
A menina em mim...
M.N.
Queda- Foto: Mario Eiras Garcia
E que a minha queda
Me ensine a levantar
Que com ela eu aprenda
A ter equilíbrio, a me sustentar
Nos caminhos escorregadios
Que a vida me ofertar
Que eu possa ter braços fortes
Pra me apoiar
Que eu olhe com mais compaixão
Pra todos que como eu
Já quedaram ou vão quedar...
E que a minha queda
Nunca me aprisione ao chão
Que, no fim de tudo,
Eu me divirta no tobogã
da vida...
Escorregadio, inseguro,
Insistindo, nos apuros
Que eu sempre caminhe
Ainda que caia
Mas, que eu nunca perca a fé
Porque pra cair
Basta estar de pé.
M.N.
Me ensine a levantar
Que com ela eu aprenda
A ter equilíbrio, a me sustentar
Nos caminhos escorregadios
Que a vida me ofertar
Que eu possa ter braços fortes
Pra me apoiar
Que eu olhe com mais compaixão
Pra todos que como eu
Já quedaram ou vão quedar...
E que a minha queda
Nunca me aprisione ao chão
Que, no fim de tudo,
Eu me divirta no tobogã
da vida...
Escorregadio, inseguro,
Insistindo, nos apuros
Que eu sempre caminhe
Ainda que caia
Mas, que eu nunca perca a fé
Porque pra cair
Basta estar de pé.
M.N.
sábado, 12 de abril de 2014
Amanhã... Ah! Amanhã... - Foto: Djalma Gonçalves Silva Junior
Se o seu Hoje está difícil
Se o céu escureceu
Se os olhos se fecharam
Se você emudeceu
Hoje é apenas hoje
Não será pra todo sempre
Uma noite muito escura
Sempre traz lembranças duras
Vem cansaço, vem o choro
O aperto na garganta
Mas, enfim a noite acaba
Vêm palavras de esperança
De um louco apaixonado
De um sorriso da criança
E te lembra que o Hoje
Nunca dura para sempre
Se tudo parece difícil
Amanhã é outro dia!!!
E o Sol nasce de novo
Traz pra vida um renovo
Uma chama de esperança
É por isso que a voz
Outra hora emudecida
Vira um grito de alegria:
Amanhã.... Ah! Amanhã....
M.N.
Se o céu escureceu
Se os olhos se fecharam
Se você emudeceu
Hoje é apenas hoje
Não será pra todo sempre
Uma noite muito escura
Sempre traz lembranças duras
Vem cansaço, vem o choro
O aperto na garganta
Mas, enfim a noite acaba
Vêm palavras de esperança
De um louco apaixonado
De um sorriso da criança
E te lembra que o Hoje
Nunca dura para sempre
Se tudo parece difícil
Amanhã é outro dia!!!
E o Sol nasce de novo
Traz pra vida um renovo
Uma chama de esperança
É por isso que a voz
Outra hora emudecida
Vira um grito de alegria:
Amanhã.... Ah! Amanhã....
M.N.
quinta-feira, 10 de abril de 2014
Sobre pássaros e grades - Foto: Ricardo Apparicio
Era uma vez um pássaro
Na janela, sobre a grade
Asas fechadas, pés fincados
Embalsamado??
Pássaro morto
Que olhava o céu
Dantes quadriculado
Céu recortado
Liberdade partida
Dividida
Era uma vez um pássaro
Na janela, sobre a grade
Asas fechadas, olhos fixos
Que olhava o céu
Agora inteiro
De um quadrado
Céu abobadado
Estará ele ainda vivo?
Pássaro ainda
Sempre pássaro
Sempre ave
O desejo de um céu inteiro
Liberdade plena
Das asas, as penas
Que lhe dão leveza
Para o voo que se quer...
Era uma vez um pássaro...
... E viveu feliz para sempre.
Fim
M.N.
Na janela, sobre a grade
Asas fechadas, pés fincados
Embalsamado??
Pássaro morto
Que olhava o céu
Dantes quadriculado
Céu recortado
Liberdade partida
Dividida
Era uma vez um pássaro
Na janela, sobre a grade
Asas fechadas, olhos fixos
Que olhava o céu
Agora inteiro
De um quadrado
Céu abobadado
Estará ele ainda vivo?
Pássaro ainda
Sempre pássaro
Sempre ave
O desejo de um céu inteiro
Liberdade plena
Das asas, as penas
Que lhe dão leveza
Para o voo que se quer...
Era uma vez um pássaro...
... E viveu feliz para sempre.
Fim
M.N.
quarta-feira, 9 de abril de 2014
De nada adianta - Foto: José Bento Vasconcellos
De nada adianta
A janela aberta
E a gaiola fechada
Tortura mórbida
"Liberdade sórdida"
Ver o céu azul
De fora da janela
De dentro da gaiola
De nada adianta
A liberdade ali
Tão perto... E tão longe
De nada adianta
De que vale ter asas
De que vale o céu
E não poder voar?
De nada adianta
Abrir a janela
E me aprisionar...
M.N.
A janela aberta
E a gaiola fechada
Tortura mórbida
"Liberdade sórdida"
Ver o céu azul
De fora da janela
De dentro da gaiola
De nada adianta
A liberdade ali
Tão perto... E tão longe
De nada adianta
De que vale ter asas
De que vale o céu
E não poder voar?
De nada adianta
Abrir a janela
E me aprisionar...
M.N.
terça-feira, 8 de abril de 2014
Desejo-te - Foto: Mete Baskoçak
Desejo-te
Ao olhar-te
Desejo-te
Só de pensar-te
Desejo-te
Ao observar-te
Que o querer me mate
Quero-te em qualquer parte
Desejo-te pelo que vejo
E o que vejo é o meu desejo
Desejo-te
Ao ler-te
Desejo-te
Não é um flerte
Só de pensar-te
Desejo-te
Abra os braços
Vira-te pra mim
Vem conhecer-me
Permita-me
Vem ser minha, enfim...
M.N.
Ao olhar-te
Desejo-te
Só de pensar-te
Desejo-te
Ao observar-te
Que o querer me mate
Quero-te em qualquer parte
Desejo-te pelo que vejo
E o que vejo é o meu desejo
Desejo-te
Ao ler-te
Desejo-te
Não é um flerte
Só de pensar-te
Desejo-te
Abra os braços
Vira-te pra mim
Vem conhecer-me
Permita-me
Vem ser minha, enfim...
M.N.
quarta-feira, 2 de abril de 2014
E pra sair do labirinto? Foto: Christian Barroso
Cada sim e cada não
Desenhou em linhas retas
Os caminhos que escolhi
Nada foi sem importância
Já não tenho mais infância
Mas, ainda há esperança
Pra cada ponto que fui indo....
Eu construí um labirinto
Me protejo como posso
Guardo cada sentimento
Emoções e pensamentos
Num pequeno capacete
Vou correndo, dando voltas
À procura da saída
Me enlaço nessa rede
Mas, sou livre, sem paredes
De repente eu descubro
Que as linhas, cada ponto
Formam um desenho lindo
Ó, desgraça! Eu gosto dele
E como eu faço pra sair
Do meu lindo labirinto???
M.N.
Desenhou em linhas retas
Os caminhos que escolhi
Nada foi sem importância
Já não tenho mais infância
Mas, ainda há esperança
Pra cada ponto que fui indo....
Eu construí um labirinto
Me protejo como posso
Guardo cada sentimento
Emoções e pensamentos
Num pequeno capacete
Vou correndo, dando voltas
À procura da saída
Me enlaço nessa rede
Mas, sou livre, sem paredes
De repente eu descubro
Que as linhas, cada ponto
Formam um desenho lindo
Ó, desgraça! Eu gosto dele
E como eu faço pra sair
Do meu lindo labirinto???
M.N.
terça-feira, 1 de abril de 2014
A alma da janela - Foto: Luiz Alfredo Ardito
Toda janela tem sua alma
Toda janela tem suas cores
Tem texturas, esconde dores
Cada uma guarda segredos
E, fechada, é só fachada
O interior, quem sabe é ela
A velha janela não é janela velha
É janela com alma de quem vive.
As cicatrizes do tempo
Desenharam na janela
A história de uma vida
Foi a chuva, o Sol ou o vento?
E as mãos que a abriram
Foram as mesmas que fecharam?
Os olhos que a atravessaram,
O que viram da janela?
As perguntas sem respostas
Mancham a beleza dela?
É sensível todo aquele
Que vê a alma da janela....
M.N.
Toda janela tem suas cores
Tem texturas, esconde dores
Cada uma guarda segredos
E, fechada, é só fachada
O interior, quem sabe é ela
A velha janela não é janela velha
É janela com alma de quem vive.
As cicatrizes do tempo
Desenharam na janela
A história de uma vida
Foi a chuva, o Sol ou o vento?
E as mãos que a abriram
Foram as mesmas que fecharam?
Os olhos que a atravessaram,
O que viram da janela?
As perguntas sem respostas
Mancham a beleza dela?
É sensível todo aquele
Que vê a alma da janela....
M.N.
Pernas gigantes - Foto Bhall Marcos
Ai, quem me dera ter gigantes pernas...
Que me fizessem pular a janela
Sentir-me menos velha
Dar um grande salto
Ver o mundo do alto
Numa outra perspectiva
Mais viva!
Ai, quem me dera ter gigantes pernas...
Dar passos largos
Por caminhos tortos
Não mortos!
Não quero da janela, o ninho
Quero andar outros caminhos
Aninhar-me em meus sonhos
Ter, enfim, os meus ganhos
Olhar para um lado e outro
Não contentar-me com pouco
Escolher, não me encolher
Apenas esperar a hora
Que ela venha sem demora
Pois eu quero ir embora
Já não sou mais como antes
Tenho pernas gigantes!
M.N.
segunda-feira, 31 de março de 2014
Sob a sombra - Foto: Davy Alexandrisky
Quantos de nós vivemos sob a sombra
Dos nossos medos
Dos desejos
reprimidos
Dos desencontros catastróficos
Quantos de nós vivemos sob a sombra
Da felicidade clandestina
Dos desejos atendidos
De uma vida bem vivida, mas escondida
Dos sonhos mais secretos
Nas noites bem dormidas
Quantos de nós vivemos sob a sombra
Dos pensamentos tão loucos
Turbados, perturbados, alados
Da incompreensão alheia
Exatamente porque é alheia à nossa história
Quantos de nós vivemos atrás da luz
Um facho dela, que nos revela
Que acende a vela, que vela o corpo
Morto...
Porque não há quem possa viver
Todo o tempo sob a sombra!
M.N.
quinta-feira, 27 de março de 2014
O tamanho da solidão - Foto: Mariza Versiani Formagni
Há uma relatividade nas medidas
A pedra no caminho
Ou pedrão ou pedrinha
É a dura companhia
Dessa solidão vazia
É também o meu descanso
Nela sento e me encontro...
A palavra solidão
Tem final aumentativo
Mas, se a solidão é minha
Dou o nome que quiser
Então, SOLIDÃO? Que nada!
Ela é só solidinha.....
M.N.
A pedra no caminho
Ou pedrão ou pedrinha
É a dura companhia
Dessa solidão vazia
É também o meu descanso
Nela sento e me encontro...
A palavra solidão
Tem final aumentativo
Mas, se a solidão é minha
Dou o nome que quiser
Então, SOLIDÃO? Que nada!
Ela é só solidinha.....
M.N.
quarta-feira, 19 de março de 2014
Curve-se -Foto: Caner Baser
Curve-se ao fato de que és fraco
Na maioria das vezes
Curve-se ao fato de que um dia
As máscaras caem
Curve-se ao fato de que sozinho
Não és ninguém
Curve-se diante dos grandes
Que podem ensinar-te
Curve-se em honra
A quem tem Honra
Curve-se para veres os pés
Pois é a parte de ti
Que te assenta ao solo que pisas
Curve-se para dares valor
À coluna que te sustenta ereto
Curva-te para aprenderes
Que só os humildes são grandes
Curve-se para entenderes que soberba
É apenas pretensão.
Curve-se, mas não te humilhes
Ao ponto de te rebaixares
Curve-se, tão somente,
Para saberes quem tu és.
M.N.
Na maioria das vezes
Curve-se ao fato de que um dia
As máscaras caem
Curve-se ao fato de que sozinho
Não és ninguém
Curve-se diante dos grandes
Que podem ensinar-te
Curve-se em honra
A quem tem Honra
Curve-se para veres os pés
Pois é a parte de ti
Que te assenta ao solo que pisas
Curve-se para dares valor
À coluna que te sustenta ereto
Curva-te para aprenderes
Que só os humildes são grandes
Curve-se para entenderes que soberba
É apenas pretensão.
Curve-se, mas não te humilhes
Ao ponto de te rebaixares
Curve-se, tão somente,
Para saberes quem tu és.
M.N.
terça-feira, 18 de março de 2014
Se...
Se eu tivesse falado
Se eu tivesse me calado
Se eu tivesse atentado
Se eu tivesse percebido
Se eu não tivesse feito
Se eu tivesse desfeito
Se eu tivesse me afeito
Se eu tivesse peito!
Se eu tivesse coragem
Se eu tivesse a miragem
Se eu fosse à viagem
Se eu.... sacanagem!
Se eu não tivesse amado
Se não fosse apaixonado
Se me houvesse castrado
Se eu fosse frustrado!
Se a música fosse outra
Se a dança fosse frouxa
Se levasse a minha trouxa
Se eu mesma fosse louca!
Se as lágrimas secassem
Se meus lábios se calassem
Se os gritos ecoassem
Se eu mesma me ouvisse!
Se eu não quisesse mais
Se só ele satisfaz
Se só quero minha paz
Se feliz serei? Jamais...
M.N.
Se eu tivesse me calado
Se eu tivesse atentado
Se eu tivesse percebido
Se eu não tivesse feito
Se eu tivesse desfeito
Se eu tivesse me afeito
Se eu tivesse peito!
Se eu tivesse coragem
Se eu tivesse a miragem
Se eu fosse à viagem
Se eu.... sacanagem!
Se eu não tivesse amado
Se não fosse apaixonado
Se me houvesse castrado
Se eu fosse frustrado!
Se a música fosse outra
Se a dança fosse frouxa
Se levasse a minha trouxa
Se eu mesma fosse louca!
Se as lágrimas secassem
Se meus lábios se calassem
Se os gritos ecoassem
Se eu mesma me ouvisse!
Se eu não quisesse mais
Se só ele satisfaz
Se só quero minha paz
Se feliz serei? Jamais...
M.N.
Barreira de arame
Houve um tempo
No qual precisei romper uma barreira
Mas não era um muro
Como tantos outros
Do qual saltei
Era de arames, e atravessei
A travessia me deixou retalhada
Ainda junto pedaços de mim
Procuro a beleza brejeira, faceira
E a imagem que me vem é desfigurada
Um tanto transformada, retalhada
Até que descubro beleza nos cortes
Recortes, mosaico, arte....
Há tanta arte na dor
Vejo-me do outro lado
Retalhos, sim, mas ainda eu
Cada pedaço reposicionado
Um sentimento meu
Barreira de arame:
Ou te enfrentar na travessia
Ou me enfrentar naquela vida!
M.N.
domingo, 2 de março de 2014
Meio de semana - Foto Bhal Marcos
Meio inteiro e pleno
Semana no meio, completa e serena
Mais um meio de semana?
Não. O meio de semana
Com dança, com riso
Com vinho, com riso
Com beijo, com riso
Com chama, inflama
E cama e ama....
No meio de semana
Sabores tão doces
tão quentes, querentes!
Comendo, se sacia?
Uma fome que não termina!
E um querer que se prova
E aprova
E põe à prova
O que se foi, o que é.
O que será?
Já não sei...
O amor devorou minha paz e minha guerra
No meio da semana, cheio de fome
Ele devorou o meu silêncio
E me roubou de mim mesma.
M.N.
Semana no meio, completa e serena
Mais um meio de semana?
Não. O meio de semana
Com dança, com riso
Com vinho, com riso
Com beijo, com riso
Com chama, inflama
E cama e ama....
No meio de semana
Sabores tão doces
tão quentes, querentes!
Comendo, se sacia?
Uma fome que não termina!
E um querer que se prova
E aprova
E põe à prova
O que se foi, o que é.
O que será?
Já não sei...
O amor devorou minha paz e minha guerra
No meio da semana, cheio de fome
Ele devorou o meu silêncio
E me roubou de mim mesma.
M.N.
Aquele momento
Não houve nada mais importante que aquele momento
Não houve nada mais completo e inteiro
Nunca houve nada mais intenso e perfeito!
Conceber... receber... nascer....morrer
Eu era sempre igual até aquele momento
Até o dia em que você estava lá...
Primeiro nasceu na mente
Depois, no coração
Enfim, chegou ao ventre
Conceber... receber... nascer... morrer
A concepção sentida e re-sentida
A recepção do outro, você em mim
O milagre da vida
E um tanto de morte em mim
Conceber...receber... nascer... morrer
Só é capaz de saber o que é vida
Aquela que morreu um pouco
Que cruzou seu rio
E concebeu um filho.
M.N.
Não houve nada mais completo e inteiro
Nunca houve nada mais intenso e perfeito!
Conceber... receber... nascer....morrer
Eu era sempre igual até aquele momento
Até o dia em que você estava lá...
Primeiro nasceu na mente
Depois, no coração
Enfim, chegou ao ventre
Conceber... receber... nascer... morrer
A concepção sentida e re-sentida
A recepção do outro, você em mim
O milagre da vida
E um tanto de morte em mim
Conceber...receber... nascer... morrer
Só é capaz de saber o que é vida
Aquela que morreu um pouco
Que cruzou seu rio
E concebeu um filho.
M.N.
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
E assim se começa o dia....
domingo, 23 de fevereiro de 2014
E descortina-se.... Foto: Igor Ravasco
E há um dia em que ela se descortina
Antes a cortina densa e precisa
Depois, cristalina e líquida
.....
É quando a saudade guardada no peito
Por trás da cortina densa e precisa
Mostra- se derrama
Numa onda vertical que flui da alma
Ferindo o coração saudoso
Derrama-se mostra
......
Represada pelo tempo, tanto tempo....
Rompe- se mostra -se derrama
Espalha-se em gotas de dor
E dói
E descortina-se
Porque não quer mais se conter.
M.N.
Antes a cortina densa e precisa
Depois, cristalina e líquida
.....
É quando a saudade guardada no peito
Por trás da cortina densa e precisa
Mostra- se derrama
Numa onda vertical que flui da alma
Ferindo o coração saudoso
Derrama-se mostra
......
Represada pelo tempo, tanto tempo....
Rompe- se mostra -se derrama
Espalha-se em gotas de dor
E dói
E descortina-se
Porque não quer mais se conter.
M.N.
domingo, 16 de fevereiro de 2014
Doce encontro - Foto de Fernanda Mozer
Há sempre um céu de pensamentos em mim
Uma inquietude quase serena
Um não sei o quê de saber e não saber
No meu céu as nuvens dão sombra
E me assombram
Que chuva vem dessa vez?
Então, penso, reflito, me fito, me tento
Me perco, me acho, abafo, desabafo
E penso...
Há um céu de pensamentos em mim
Que se abre e traz luz ao meu breu
E é em mim, sempre em mim
O lugar do mais doce encontro...
M.N.
Uma inquietude quase serena
Um não sei o quê de saber e não saber
No meu céu as nuvens dão sombra
E me assombram
Que chuva vem dessa vez?
Então, penso, reflito, me fito, me tento
Me perco, me acho, abafo, desabafo
E penso...
Há um céu de pensamentos em mim
Que se abre e traz luz ao meu breu
E é em mim, sempre em mim
O lugar do mais doce encontro...
M.N.
sábado, 15 de fevereiro de 2014
Quando as palavras não vêm....
E quando as palavras não vêm?
E quando só o que se ouve é o silêncio?
E quando você percebe que calar é o único caminho?
E quando tudo o que você tem é a lembrança?
É quando você pega uma folha em branco
E derrama o seu nada....
É quando o seu grito contido ecoa....
É quando você fecha os olhos e vê...
E sente de novo o cheiro, o toque
É quando você ouve a voz.... a música
É quando a branca folha se mancha de letras molhadas
De novo....
M.N
E quando só o que se ouve é o silêncio?
E quando você percebe que calar é o único caminho?
E quando tudo o que você tem é a lembrança?
É quando você pega uma folha em branco
E derrama o seu nada....
É quando o seu grito contido ecoa....
É quando você fecha os olhos e vê...
E sente de novo o cheiro, o toque
É quando você ouve a voz.... a música
É quando a branca folha se mancha de letras molhadas
De novo....
M.N
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
O menino e o mar - Foto: Igor Ravasco
E o Sol abre um clarão no mar
Tal qual uma estrada iluminada
Sabendo aonde quer chegar
Ele indica o caminho
Mas, segue outro o menino
Aonde chegará?
Ele retorna à praia
Porque ainda é menino
Quando homem for
Quererá o profundo do mar
Porque está nas profundezas
Os mistérios, as certezas
Os segredos, as belezas
Chegará o dia em que não haverá
Nada além da luz e do mar
E ele saberá que o maior mergulho
É o que fazemos na alma
Maralma, homempeixe
Pescador e pescado
A isca, o amor bem amado
E nunca mais no raso viverá o menino-homem
Só no profundo, fundo, bem fundo d'alma
É na alma humana que está o sentido de tudo.
M.N.
Tal qual uma estrada iluminada
Sabendo aonde quer chegar
Ele indica o caminho
Mas, segue outro o menino
Aonde chegará?
Ele retorna à praia
Porque ainda é menino
Quando homem for
Quererá o profundo do mar
Porque está nas profundezas
Os mistérios, as certezas
Os segredos, as belezas
Chegará o dia em que não haverá
Nada além da luz e do mar
E ele saberá que o maior mergulho
É o que fazemos na alma
Maralma, homempeixe
Pescador e pescado
A isca, o amor bem amado
E nunca mais no raso viverá o menino-homem
Só no profundo, fundo, bem fundo d'alma
É na alma humana que está o sentido de tudo.
M.N.
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